Conhecendo o passado, prevendo o futuro


Para o professor do Departamento de História da USP, Osvaldo Coggiola, nada melhor do que estudar as grandes crises capitalistas do passado para entender o que acontece no mundo presente. Em seu livro, As Grandes Depressões: 1873-1896 e 1929-1939 (Ed. Alameda), ele analisa as crises como tendo "fases sucessivas" comuns. Para ele, mesmo que o mundo tenha mudado, alguns pontos estruturais não se alteram. Assim, recorrendo a uma leitura marxista, o professor identifica as crises capitalistas não como algo isolado, referente ora ao capital especulativo, ora à superprodução ou à falta de regulamentação do setor financeiro, mas originárias do conflito de interesses existentes entre diversas instâncias. Dentro desse viés, o crédito é visto como um acelerador dessas contradições que, mais cedo ou mais tarde, levam o sistema a uma erupção, mais precisamente ao conflito armado.


Como conseqüência dessas contradições, Coggiola aponta, com certa preocupação, os desdobramentos das duas grandes crises do modo de produção capitalista anteriores. Segundo afirma, a primeira grande depressão capitalista (1873-1896) teve como resultante uma "agressão sem precedentes contra povos e países coloniais". Já a segunda maior depressão (1929-1939), teve como resolução uma conflagração bélica mundial. "Que outro seja nosso destino", conclui, "que o estudo e assimilação das experiências passadas seja-nos útil para que os horrores do passado fiquem, também, no passado. E para que a crise atual seja superada, não pela barbárie bélica ou colonial, mas pela emergência de uma nova sociedade, baseada na propriedade social, no poder dos trabalhadores e na solidariedade dos povos de todo o mundo".


As informações são do Le Monde Diplomatique. 

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